Dizem que o cabelo (e as unhas) são as únicas partes do nosso corpo que continuam a crescer depois de morrermos. Mesmo não sendo verdade, parece que tratamos estes órgãos como se tivessem uma existência independente de nós mesmos. E é assim que vamos todos "confiançudos" ao envelhecimento, até que nos apercebemos que, apesar de crescer, a sua textura, a consistência, a cor e a densidade mudam irreversivelmente. E bam! Já é tarde demais! Quando damos por isso, no lugar de uma juba vigorosa, temos uma cabeleira rala, quebradiça, baça e cada vez mais grisalha.

No que diz respeito à pele, parece que já temos o chip inserido e bem programado para sabermos o que fazer. Mas no campo dos cabelos, ainda somos leigos e muito pouco informados. Nem a internet nos safa. Eu que o diga! Precisei de um banho de trabalho de ano e meio numa clínica de cuidados capilares para entender que existe um envelhecimento do cabelo e que existem soluções eficazes no seu combate.

Combatamos, portanto.

Com o avançar dos anos, a tendência é começarmos a ganhar cabelos brancos, mas isto já não é uma grande novidade, certo? E a solução para os esconder é bastante conhecida: pintar. No que diz respeito a corrigir um cabelo que afinou, que está mais quebradiço, que diminuiu na sua densidade, ainda nos prostramos às evidências com demasiada leviandade. Talvez achemos que é impossível mudar essa fatalidade ou então que é uma situação passageira. Quanto muito, ainda tentamos novos tipos de champôs para melhorar a nossa condição. Ainda somos capazes de ir à farmácia procurar outras soluções. Mas o cepticismo e a resignação apoderam-se de nós e fechamos uma equação por resolver dentro de um labirinto.

Esfoliamos o rosto, então por que não esfoliamos o couro cabeludo? Usamos a mesoterapia para nos dar um boost na regeneração celular, então por que não o fazemos para estimular o rejuvenescimento capilar? Usamos sérums para equilibrar e proteger a pele, por que não o fazemos para a área da pele onde nasce o cabelo? Toda essa tecnologia já está criada e existe à nossa disposição, mas não a estamos a usar na mesma proporção que a usamos para fins de tratamento de rosto. Ou usamos?

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No que diz respeito à minha pessoa, não pode faltar mensalmente um ritual de pré-lavagem, com óleos hidrolizados, que desinflamam e desintoxicam os poros do couro cabeludo, permitindo que o cabelo continue a crescer com a mesma grossura. É como um primer que me prepara o couro cabeludo para o resto da lavagem e que potenciará os resultados dos ingredientes do champô, das máscaras e do tónico.

No dia-a-dia, uso um champô que lava bem o couro cabeludo, mas que o mantém brilhante e sedoso. Semanalmente, uso a minha máscara rica em proteína, que irá encorpar os fios, restituindo-lhes maior densidade. Duas vezes por semana, aplico no couro cabeludo o tónico que o protege e alimenta em profundidade. E todos os dias, após a lavagem, espalho um pouco de óleo hidrolizado de camélia japonesa, que sendo bastante leve e aquoso, consegue penetrar instantaneamente nos fios, melhorando a hidratação dos mesmos e regenerando-os de dentro para fora. Não fico com o cabelo pesado, apesar de atenuar o volume (que também é o meu objectivo ao usá-lo) e o cheiro que emana é divinal!

Esta linha de haircare foi feita à minha medida, após um scan test analisado pelo Ricardo Vila Nova, o tricologista “encantador de cabelos” residente no Harrods, mas ao qual também temos acesso em Lisboa. Esta análise vai desde a constituição nutricional, genética, hormonal, entre outras variantes que interferem no metabolismo do cabelo.

Além disto, há uma parte deste tratamento personalizado que só pode ser feito em clínica e que consiste no microneedling, onde pequenas agulhas criam microperfurações no escalpe e assim permitem que o mesmo se regenere até aos folículos, despertando-os, caso estejam preguiçosos no seu desempenho, para que produzam mais cabelo, mas também para que todas as vitaminas e minerais que comemos sejam mais rapidamente absorvidos.

#ÁguaPelaBarba: mesoterapia capilar “leonina”
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Adicionalmente, é aplicado um cocktail de vitaminas e minerais bio-idênticos, capazes de reequilibrar rapidamente qualquer carência. Ainda faço mesoterapia, como já referi aqui (à esquerda) anteriormente, e deixo-me levar frequentemente pelas ondas do laser que, estimulando a circulação sanguínea, ampliam a eficácia de todo o tratamento.

Ainda acham que a única solução para os cabelos brancos é pintá-los? Com este tipo de cuidados, que dá ferramentas ao corpo para se rejuvenescer, o organismo continuará a produzir a proteína da melanina durante muito mais tempo, protelando assim o aparecimento dos malfadados cabelos. Afinal, encantá-los é uma verdadeira ciência. A mesma que temos para a pele e para as rugas!

Bruno Reis, colaborador da Miranda, é o fundador e diretor criativo da Teeorema, marca de T-shirts de luxo.