Na camada pránica, o prana (energia vital do universo) flui em canais fixos denominados como os nossos tubos nervosos astrais, também conhecidos como nadis. Por outras palavras, a energia vital do universo flui em nós através de uma rede de canais subtis chamados nadis.
A palavra nadis tem origem no termo “nad” que significa “fluxo” ou “movimento”, e foi mencionado pela primeira vez nos Upanishads por volta do século VII AC. Embora não seja possível determinar o número ou localização exatos dos nadis, há uma grande concordância à volta do número de 72.000 nadis que percorrem o nosso corpo.
Entre estes milhares de nadis existentes, temos os três principais e mais importantes, que regulam todo o fluxo de energia no nosso corpo, físico e/ou subtil. São eles: sushumna, ida e pingala.
O Prana move-se através de 'Nadi Sushumna', localizado ao longo da coluna vertebral, energizando coluna, nervos e cérebro, ao mesmo tempo que direciona a energia pránica de todos os outros nadis para o terceiro olho. Ida e pingala cruzam-se permanentemente, fluindo em espiral, como uma “dupla hélice do nosso ADN”, ramificando-se do terceiro olho para as narinas esquerda e direita.
Ida é o canal energético localizado do lado esquerdo do nosso corpo, que governa o lado direito do cérebro, representando a energia feminina, a energia da lua e da criatividade.
Pingala está localizado no lado direito do corpo e governa o lado esquerdo do cérebro, representando a nossa energia masculina, a energia do sol, do calor e do pensamento lógico.
Sushumna é considerado a contraparte do corpo astral para a medula espinhal, o contraponto em que Ida e Pingala se intersectam sete vezes (os 7 principais chakras) entre a parte inferior da coluna e a parte superior do crânio. Os seis primeiros pontos de intersecção (os 6 primeiros chakras) direcionam a energia para cima, ao longo do Sushumna, até ao destino final e principal, o chakra Sahasrara, localizado na coroa da cabeça.
Quando os nadis estão bloqueados, o prana é impedido de fluir livremente pelo corpo subtil, causando desequilíbrios nos nossos processos físicos e mentais. Os Nadis podem ser efetivamente purificados e abertos por meio de asanas, pranayamas e práticas de meditação.
Hoje dedico este artigo ao pranayama Naadhi Shodhana, uma técnica de respiração purificante e equilibrante, que nos permite equilibrar as energias masculina e feminina, do sol e da lua, e os lados esquerdo e direito do nosso cérebro.
Para iniciar a prática de Naadhi Shodhana, vamos usar um rácio de 1:1.
- Senta-te numa posição confortável, num local calmo, onde não sejas perturbada;
- fecha a narina direita com o polegar, posiciona o dedo médio e o indicador sobre o terceiro olho e inspira pela narina esquerda, contando 1, 2, 3, 4…
- retém a respiração e conta novamente 1, 2, 3, 4…
enquanto fechas a narina esquerda com o dedo anelar e abres a narina direita; - mantendo a narina esquerda fechada e a direita aberta, expira em 1, 2, 3, 4… e depois inspira em 1, 2, 3, 4…
- retém a respiração por 1, 2, 3, 4… ao mesmo tempo que fechas a narina esquerda e abres a narina direita;
- repete o processo 5 a 10 rondas.
Termina agradecendo a ti mesma, para te conectares mais profundamente com a tua respiração e entenderes o poder e os benefícios da mesma. E lembra-te: respirar é “simplesmente” o elemento mais vital do corpo humano e da vida. Através da tua respiração, podes controlar grande parte das circunstâncias da tua vida.
Recomendações:
- não forces nem aceleres a respiração;
- pratica sentada;
- a qualquer sinal de tontura ou desconforto, reduz a contagem ou pára e volta a tentar mais tarde ou noutro dia;
- foca-te na contagem.
Benefícios:
- ajuda o corpo a libertar toxinas e a equilibrar hormonas;
- equilibra os hemisférios direito e esquerdo do cérebro;
- equilibra as nossas energias feminina e masculina;
- acalma e relaxa, mantendo-te com foco no momento;
- entre muitos outros…
Os efeitos de equilíbrio e os benefícios deste pranayama são enormes. Com a respiração das narinas alternadas (nadhi shodhana), poderás alcançar uma maior sensação de paz, positivismo e contentamento, enraizamento e aceitação do momento presente.
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