Tensão arterial elevada, ou hipertensão, é uma doença que afecta grande parte dos portugueses e é causa de inúmeras patologias, como dores de cabeça, riscos cardíacos, riscos vasculares e até potencial causa de morte. A primeira sugestão será fazer uma avaliação da sua tensão arterial. Sim, é muito simples e, se não tiver um aparelho de medição, encontrará na farmácia, centro de saúde ou na sua clínica de confiança, alguém que a ajudará nesta medição.
A tensão arterial é medida em dois parâmetros: a tensão máxima, ou sistólica, e a tensão mínima, ou diastólica. Ambas são medidas em milímetros de mercúrio, sendo que a sistólica corresponde à pressão máxima exercida nas artérias logo após o bombeamento do sangue pelo coração, e a diastólica à pressão existente imediatamente antes do bombeamento do sangue pelo coração.
Os valores máximos de referência são de 140 mmHg, vulgo 14, para a sistólica, e 90 mmHg, vulgo 9, para a diastólica ou mínima. Claro que estes valores são uma referência e importa serem avaliados pelo seu médico ou profissional de saúde, para a ajudar a interpretar os resultados. Estima-se que em Portugal cerca de 42% da população adulta tenha hipertensão, acima da média da Europa, que anda em níveis de 35-40% da população. Este valor e esta discrepância atribuem-se essencialmente a hábitos alimentares desajustados, obesidade, consumo excessivo de sal, stress emocional e baixo nível de atividade física.
Como referência, importa relevar que tensões altas ou muito elevadas são geralmente muito mais prejudiciais do que tensões baixas. Mas será que a alimentação pode ajudar a controlar as tensões? Existirão alimentos que devem ser evitados e outros preferidos?
Vamos de seguida responder a todas estas questões e fazer com que neste ano consiga conhecer mais e ajudar mais a sua saúde cardiovascular através de boas práticas alimentares. Quero também relevar a importância crítica da atividade física neste equilíbrio. Está muito bem suportado cientificamente que a prática regular de exercício moderado contribui e muito para um maior equilíbrio das tensões, bem como para a sua correção se desajustadas. Caminhadas diárias de 20 a 30 minutos, com um correcto equilíbrio respiratório e, já agora, uma correcta alimentação, onde o consumo de sal seja minimizado, contribuem para tensões boas e saudáveis.
Alguns sintomas de tensão arterial alta caracterizam-se por dores de cabeça, tonturas, zumbidos, dor no peito, falta de ar e aumento do batimento cardíaco. A longo prazo, a hipertensão arterial é um fator de risco para o desenvolvimento de AVC (acidente vascular cerebral), ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e renal, perda de visão e outras patologias graves. Devemos, por isso, incluir e promover hábitos de vida saudáveis, onde a correcta alimentação seja adoptada, evitando o consumo regular de alimentos processados, álcool, açúcares e sal, preferindo sempre alimentos frescos e naturais, e uma correcta hidratação, incentivando o uso de especiarias e ervas aromáticas nos temperos e cozinhados.
A boa prática de hábitos alimentares saudáveis deve ser implementada com a ajuda do seu nutricionista, para que possa encontrar o equilíbrio no seu dia alimentar e começar a reforçar mudanças de comportamentos que tornem possível criar rotinas e hábitos alimentares consistentes com uma vida saudável. Deve referir-se que, mais do que criar estas rotinas, importa depois fidelizá-las, para que os benefícios sejam evidentes a curto, a médio e a longo prazo na sua saúde.
Por isso, já sabe: comece a reduzir o uso de sal, reforce as caminhadas, mantenha-se longe de bebidas alcoólicas e refrigerantes, hidrate bem o seu corpo, coma alimentos de verdade e não vá ao encontro de outros alimentos, batidos ou produtos milagrosos, que muitas vezes escondem nos seus ingredientes quantidades elevadíssimas de sal e outros aditivos capazes de prejudicar a saúde das suas artérias. Viva saudável e viva melhor!
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