Um espírito optimista, sono retemperador, exercício ligeiro mas regular e hábitos alimentares saudáveis, devem sem dúvida fazer parte dos princípios para que nos sintamos bem connosco e de máxima saúde. Como nutricionista, foco muito este equilíbrio nas consultas de nutrição, pois considero que só assim se conseguem os máximos benefícios de hábitos alimentares saudáveis.

Ainda assim, sabemos que as grandes mudanças na nossa saúde se iniciam com passos firmes e constantes na direção certa, onde a alimentação terá sem dúvida um enorme e fundamental papel. Tal como uma grande viagem, onde devemos começar por identificar o ponto de partida, fazer um correcto diagnóstico, traçar o destino como objectivo e ver a melhor forma de o alcançar.

Daí o papel do nutricionista nesta análise inicial, detectando de imediato pontos que farão uma enorme diferença no ritmo, no entusiasmo, na saúde e sempre de forma individual para cada pessoa. Estes são pontos fundamentais para que o processo de cuidar de nós tenha sucesso e possa criar bases seguras que possam perdurar.

Com estas regras bem definidas e aprumadas, há então, no que respeita à alimentação, que encontrar os alimentos certos para cuidar de si!

Importa referir que nenhum alimento é por si só — excepto o leite materno, numa fase muito precoce e curta da nossa vida — capaz de fornecer todos os nutrientes fundamentais para a nossa saúde. Depois desta ressalva, há então que encontrar combinações de alimentos e alternativas que sejam práticas e potenciadoras da nossa máxima saúde. Só assim a vamos alcançar: com uma alimentação rica em nutrientes, variada e completa.

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Recentemente tem vindo a dar-se cada vez mais atenção a uma alimentação chamada anti-inflamatória. Crê-se que, por inibir ou atenuar a inflamação de certas moléculas nas células, vai prevenir o seu desgaste prematuro e prolongar a sua longevidade. Ao fim e ao cabo, é uma alimentação onde se privilegiam alimentos com estas características (chamados anti-inflamatórios) e se evitam alimentos causadores de maior expressão da inflamação celular.

Neste tipo de alimentação que parece aumentar o nosso bem-estar e prevenir alguns danos resultantes da inflamação em excesso, encontram-se alimentos como os peixes gordos, salientando-se o salmão e a cavala, mas também se incluem o gengibre, a curcuma, os bróculos, a couve-flor e os orégãos.

Como inflamatórios encontramos as carnes vermelhas, os produtos lácteos e o trigo. Com isto não podemos dizer que nunca os devemos consumir. Lembre-se que restringir em absoluto alimentos ou grupos de alimentos pode provocar danos sérios e irreversíveis na sua saúde. Procure sempre a ajuda de um bom especialista e encontre o equilíbrio certo para si, preferindo uma alimentação diversificada e ajustada ao estilo de vida que procura criar.

Escolher os alimentos certos é encontrar também alimentos que lhe dêem prazer e contribuam para o aporte de nutrientes essenciais de que o seu corpo necessita. Sem dramas, excessos ou restrições excessivas. Lembrar aqui o papel da moderação e racionalidade, mas apostando em alimentos verdadeiros, ricos em nutrientes e capazes de potenciar a acção uns dos outros.

Cuide de si começando por hábitos simples, como hidratar o corpo logo pela manhã com um bom copo de água, ou preferindo a fruta em vez de sumos de fruta, ou até reforçando o consumo de alimentos anti-inflamatórios. Mas,  essencialmente, encontre o seu bem-estar através da alimentação e criação de hábitos de vida saudáveis. Viva com mais saúde! Até breve.

Pedro Queiroz é o fundador das Clínicas de Nutrição do Porto e Lisboa e consultor de Nutrição. Mais do que ajudar pessoas a emagrecer, o que realmente gosta é de mudar as suas vidas.