Aprender a fazer jejum correctamente dá-nos a opção de usá-lo ou não. O jejum intermitente ou a "ingestão programada" é uma das intervenções mais poderosas que pratico com os meus pacientes para eliminar o excesso de peso e reduzir o risco de doenças crónicas.
Estes benefícios para a saúde são os efeitos de inversão e ajustes no teu metabolismo em queimar açúcar versus queimar gordura. E o que é que nós queremos?
Queimar gordura
É importante ter em atenção que o jejum intermitente tem efeitos hormonais que diferem entre homens e mulheres, pelo que deve ser ajustado a cada caso. A primeira ideia é que é utilizado para perda de peso, mas não é esse o objectivo primordial.
Existem estudos científicos que promovem esta potente ferramenta. Agora que te deixei curioso queres saber como fazê-lo, certo?
Há várias formas de praticar o jejum intermitente:
12:12, 5:2; 24:24.
Outra forma: saltar o pequeno almoço e atrasarmos algumas horas a primeira refeição do dia.
Quando ultrapassas a marca das 12 horas desde o jantar da noite do dia anterior já entras no estado de jejum e começas a utilizar gordura armazenada como fonte de energia.
Desjejum vs jejum
Para entenderes como o jejum intermitente leva à perda de gordura, primeiro precisas de entender a diferença entre o estado alimentado e o estado em jejum.
O estado alimentado (desjejum) inicia-se quando começamos a comer e dura três a cinco horas, enquanto o teu corpo digere e absorve o alimento que acabaste de ingerir. É nesse período que o nosso corpo tem mais dificuldade em queimar gordura, pois é quando os níveis de insulina estão mais elevados.
O estado pós-absorção dura até 8 a 12 horas após a última refeição, que é quando entramos no jejum. É nessa fase que o nosso corpo inicia o processo de queima de gordura, quando os níveis de insulina são baixos.
Com as frequentes refeições não entramos em jejum até 12 horas após a última refeição. Assim, é raro que os nossos corpos estejam em fase de queima de gordura.
Jejum: saltar refeições é saudável?
Contudo, nos dias de hoje, comer três refeições por dia é, geralmente, entendido como saudável, embora na verdade não haja base científica conclusiva para não se saltar o pequeno almoço, almoço ou jantar, ou mesmo os três, ocasionalmente.
Um número crescente de pesquisas indica, com efeito, que diferentes tipos de jejuns podem melhorar a saúde e a longevidade: - jejum intermitente (comendo menos refeições), - restrição calórica (comendo menos por refeição) - jejum de um dia, alternado.
Benefícios do jejum
- Melhoraria da função cardiovascular
- Aumento da longevidade
- Aumento da resistência a doenças relacionadas com a idade; melhoria da saúde mental e física em geral
- Melhoria dos níveis de energia (aumenta a produção de energia das mitocôndrias, que geram energia química na Forma de ATP (trifosfato de adenosina)
- Diminuição da produção de radicais livres
- Melhoria da resposta ao stress celular
- Diminuição dos factores inflamatórios (que contribuem para o aparecimento das doenças) - melhoria da clareza mental e concentração
- Gestão do peso e queima de gordura, com perda de gordura corporal
- Reversão da diabetes tipo 2
- Aumento da hormona do crescimento
- Potencial prevenção da doença de Alzheimer
- Activação da limpeza celular estimulando a autofagia (uma descoberta que recebeu o Prémio Nobel de Medicina em 2016)
- Redução dos factores de risco para doença arterial coronária, acidente vascular cerebral, sensibilidade à insulina e pressão arterial.
Quando pensares em iniciar o jejum intermitente aprende a reconhecer os sinais do corpo. Tens mesmo fome? Ou desejo de comer? Ou será sede?
Por vezes confundimos a sensação de fome com a sensação de sede e, na prática, estamos desidratados.
Ao início pode ser extremamente difícil mas uma vez que vais ganhando confiança e prática torna-se FÁCIL e até PRAZEROSO.
Vais ver os teus níveis de energia a dispararem com o tempo!
Para aprenderes mais sobre jejum intermitente convido-te a estares atenta ao meu próximo artigo.
Fontes:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23408502 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22889512 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25251676
Andreia de Almeida é médica especializada em anti-aging e membro da World Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM) e American Academy of Anti Aging Medicine (A4M)
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