No dia-a-dia de um nutricionista sabemos que é nesta época que aumenta a procura por novas regras e principalmente por novas dietas que estão na moda. Este ano, apesar de todas as mudanças, não vai ser diferente e o que está em grande voga é a dieta do chamado "jejum intermitente".
Tenho a perfeita noção de que as pessoas buscam sempre um milagre, uma nova e maravilhosa fórmula de alcançarem o desejo de serem magras, sem grandes sacrifícios e, mais que tudo, buscando soluções para as várias tentativas que não evoluíram da melhor forma, por não terem os resultados que procuram, ao longo dos tempos.
Mas será com dietas da moda que vão conseguir? Será com mudanças bruscas e muitas vezes radicais que vão sustentar os resultados eventualmente alcançados? E quais os riscos para a saúde? São estas e tantas outras questões que procuraremos responder.
Sempre defendi ao longo dos anos que a melhor dieta é aquela que resulta consigo e que permite alcançar e manter os mais elevados níveis de saúde. E isto só se consegue com um plano que conheça os seus hábitos, as suas características específicas de saúde, e que seja prático para o seu dia-a-dia. Ou seja, não me parece consistente com as chamadas dietas da moda!
Claro que pontualmente, ou num período específico do tempo, podemos ser mais arrojados e provocar uma mudança mais intensa com ajustes alimentares que tenham um objectivo específico. Mas aquelas que permitem manter os resultados consistentes a longo prazo têm de reeducar hábitos e estilos de vida. É sempre este o propósito de qualquer mudança alimentar que seja sugerida por um profissional de nutrição. E só assim se obtém resultados que se consigam manter.
Mas… e as dietas da moda podem ser uma solução para mim? Como qualquer mudança de hábitos, estas chamadas dietas da moda podem ter impactos directos e imediatos nos valores da balança e nos volumes corporais. Mas para serem consistentes nestes resultados, devem ser acompanhadas sempre por um nutricionista. De que serve chegar ao verão topo de gama se ficamos sem energia e sem saúde e, mal chegamos aos objectivos, voltamos a recuperar até ao ponto de partida e muitas vezes até acima?
Considere neste verão começar por pequenas mudanças. Mudanças que façam sentido, recomendadas especificamente para si e para o seu metabolismo, e que permitam construir renovados hábitos de vida e de saúde.
A regra será sempre aconselhar-se com o seu nutricionista para verificar se faz sentido a dieta da amiga, a dieta que leu numa revista, ou mesmo a dieta que toda a gente faz no Tik Tok, com belos batidos e opções de panquecas de aveia. Devo alertar que muitas vezes encontro défices nutricionais em pessoas que fizeram restrições severas só porque decidiram de um dia para o outro promover o jejum, ou passaram pura e simplesmente a não comer carne ou alimentos de origem animal. Nunca esquecer: a saúde deve estar sempre em primeiro lugar e a sua optimização geralmente não é dada a radicalismos.
Assim, a sugestão para este verão é conseguir equilibrar os seus hábitos, ingerir líquidos adequados e promover a prática de exercícios ligeiros, como uma caminhada diária. Comece por pequenos passos e vá construindo a sua silhueta e moldando a sua saúde, com etapas firmes e seguras, sempre sob orientação de quem realmente a pode ajudar a alcançar e manter os resultados.
É sempre bom conhecer os princípios destas dietas de verão e discutir se são adequados para si, mas só iniciar quando são realmente o melhor caminho. Aproveitar o bom do verão passa também por aproveitar o bom da vida, tempo de partilhar experiências com amigos e família, experimentar novas realidades e começar a mudança que queremos ver em nós próprios.
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