Está exausta, sente-se cansada depois de subir alguns degraus ou quando pensa em fazer caminhadas não vai porque já sabe que vai ficar cansada... Estes são alguns dos sintomas que podem sinalizar falta de ferro! Mas antes de tomar rapidamente suplementos ou iniciar uma dieta rica em alguns alimentos vamos conhecer a sua real necessidade.
Desde sempre considerado um mineral de eleição, diversas foram as crenças que entretanto surgiram para explicar as suas funções. Hoje sabemos que a principal função do ferro é participar no transporte de oxigénio pela hemoglobina, presente nos glóbulos vermelhos, que assegura o oxigénio às nossas células e tecidos. Ou seja é essencial ao transporte activo de oxigénio e permite as normais funções celulares.
Sendo que 2/3 das reservas de ferro do nosso organismo estão na hemoglobina, basta uma ligeira carência para surgirem diversos sintomas onde o cansaço é o mais frequente. Nestes casos, onde existe uma carência de ferro, estamos na presença de anemia.
Mulheres, olho vivo!
É sabido ainda que hoje em dia cerca de 10% das mulheres têm carência em ferro ou sofrem de anemia. Esta carência acontece especialmente na idade fértil, quando as suas necessidades em termos de ferro são mais do dobro da dos homens devido às perdas mensais resultantes da fase hormonal. Mas as necessidades de ferro são variáveis consoante o género, idade e saúde em geral. Nas grávidas e mulheres que amamentam, nas pessoas com doença de Crohn, insuficiência renal e úlceras ou quando existe uma perda de peso agressiva ou até excesso de exercício físico as necessidades de ferro estão também aumentadas, devendo ser ajustado o seu consumo.
Sabia que a absorção do ferro é melhor na presença de alimentos ricos em vitamina C? Aconselhe-se com o seu nutricionista e tenha, isso mesmo, uma saúde de ferro!
Tez pálida, cansaço e dificuldade em executar até alguns pequenos exercícios são os sintomas mais frequentes de carência de ferro mas, em certos casos, esta carência poderá conduzir a outros como a falta de ar, batimento cardíaco acelerado, mãos e pés frios, queda de cabelo, unhas quebradiças. Nestes casos deverá também ser feito um ajuste em termos de aporte de ferro.
Prato rico, prato cheio
Ao nível alimentar as carnes vermelhas, o feijão e os frutos secos estão entre as principais fontes de ferro mas aqui há que distinguir as fontes animais e vegetais.
O nosso corpo tem muito mais afinidade para absorver o ferro proveniente de fontes animais e menos os das fontes vegetais. Daí que relativamente aos vegetais, embora sejam muito ricos em ferro, a sua absorção é menor.
Nestes casos, escolha hortícolas de folha verde escura e beterraba
Importante também referir que no caso de pessoas com alimentação vegetariana, os níveis de ferro devem ser monitorizados com maior regularidade existindo, por vezes, a necessidade de suplementação. Sempre que existir esta necessidade, a suplementação de ferro deverá ser acompanhada por um profissional de saúde pois enquanto noutros suplementos de vitaminais e minerais poderá não existir tanto risco, doses muito elevadas de ferro, e especialmente em casos de hemocromatose, podem gerar a acumulação de ferro em certos órgãos levando, no limite, à falência dos mesmos.
A saber, em jeito de resumo:
Cansaço permanente, apatia e falta de energia até em exercícios ligeiros poderá ser um sinal de falta de ferro. Nas mulheres em idade fértil existe uma maior tendência para a falta de ferro, mas na gravidez e amamentação as necessidades são ainda maiores. Reforce com o consumo de legumes de folha verde escura e beterraba mas também feijão e, pontualmente, carnes vermelhas. E ainda suplementação necessária, se esta não se não prolongar muito no tempo, sendo necessária vigilância.
Pedro Queiroz é o fundador das Clínicas de Nutrição do Porto e Lisboa e consultor de Nutrição. Mais do que ajudar pessoas a emagrecer o que realmente gosta é de mudar as suas vidas.
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