Fã assumida da escrita, é nas palavras que encontro o conforto e a expressão de tudo o que me define. Foi delas que fiz profissão, passando do jornalismo à assessoria de imprensa, do marketing, às media relations, trocando-as por temas tão distintos quantas as marcas que já trabalhei. Amante incontestável de flamenco, dos pequenos prazeres da vida e de tudo o que é belo e harmonioso, encontro na fotografia, na pintura, na literatura e na culinária, o escape necessário para o desejado equilíbrio vital. Pelo meio desta história que é a vida, dois filhos – uma rapariga e um rapaz – que me mostraram que só temos a ganhar com energias diferentes das nossas.
Acredito em quebrar tabus, em desmistificar assuntos, na abordagem construtiva dos temas, na educação para a diferença e porque podemos – e devemos – ter a capacidade de transformar as nossas falhas na nossa maior força! Mesmo quando custa. Geralmente é sinal que estamos no caminho certo.
Recentemente a internet viu o vídeo “Be a Lady They Said” espalhar-se como um rastilho de pólvora e multiplicar as suas partilhas um pouco por todo o mundo.
Sabemos aceitar a diferença? Lidamos bem com quem não se encaixa nos cânones de beleza que consideramos “normais”? Ou estamos de tal forma formatados para corpos magros e de medidas perfeitas que, apesar da maioria da população estar longe disso, somos os primeiros a apontar o dedo a tudo o que saia
Todos os dias, quando troco de linha de metro no Saldanha cruzo-me com ela e fico vidrada. Há uma segurança e uma confiança, próprias da idade, sem necessidade de afirmar nada a ninguém a não ser a si própria, que transparece na sua figura de pouco mais de metro e meio. E mesmo assim ela destaca-se.
Expor uma fragilidade, um defeito físico ou uma imperfeição - com o qual se leva anos a lutar para trabalhar a autoestima, o amor próprio e a aceitação - é um ato de coragem ou um longo processo de catarse que nos impele a dar um murro na mesa e a mostrar ao mundo que as coisas não são perfeitas? A
Como se fala de algo com o qual sempre se viveu e que faz parte de nós? O que para mim é familiar, para os outros é desconhecido, estranho e, em última instância, feio. Chamemos as coisas pelos nomes: uma doença de pele é algo feio. Inestético. Magoa o olhar e dói de verdade para quem a tem. Diariam