Fã assumida da escrita, é nas palavras que encontro o conforto e a expressão de tudo o que me define. Foi delas que fiz profissão, passando do jornalismo à assessoria de imprensa, do marketing, às media relations, trocando-as por temas tão distintos quantas as marcas que já trabalhei. Amante incontestável de flamenco, dos pequenos prazeres da vida e de tudo o que é belo e harmonioso, encontro na fotografia, na pintura, na literatura e na culinária, o escape necessário para o desejado equilíbrio vital. Pelo meio desta história que é a vida, dois filhos – uma rapariga e um rapaz – que me mostraram que só temos a ganhar com energias diferentes das nossas.
Acredito em quebrar tabus, em desmistificar assuntos, na abordagem construtiva dos temas, na educação para a diferença e porque podemos – e devemos – ter a capacidade de transformar as nossas falhas na nossa maior força! Mesmo quando custa. Geralmente é sinal que estamos no caminho certo.
Não há como contrariar a passagem do tempo. Todos envelhecemos. Mas será que podemos fazê-lo de forma a mudar a mentalidade de que ser mais velho é um privilégio e não um castigo?
Esta quarentena, em que o confinamento me levou a ficar fechada em casa e a privar menos com pessoas, deu origem a uma das minhas maiores mudanças em termos estéticos: deixar crescer as sobrancelhas. Algo que irá testar a minha paciência até ao limite e as mãozinhas afastadas de pinças implacáveis.
Cheguei àquela fase da vida em que tenho uma filha pré-adolescente – apenas em idade, porque os sinais identificadores estão lá todos: a impertinência das respostas, o revirar de olhos como manifestação de saturação, o turbilhão hormonal que lhe invade o corpo, e a transformação física que se revela
Apesar de aos 40 anos ainda nos sentirmos umas miúdas, há partes da nossa anatomia que nos mostram que o nosso corpo já passou por uma longa maratona e que já não funciona da mesma maneira. Apercebemo-nos disso, mas a verdade é que nos custa aceitar que as hormonas nos fintam. Aceitar a passagem do
Maio é o mês de sensibilização para a ictiose, doença de pele rara que quase toda a gente desconhece. E eu, que sou portadora da mesma, não poderia terminar o mês sem falar daquilo que me toca profundamente, ou melhor, que me cobre o corpo, mas que não se traduz naquilo que sou.
Confinados, desmotivados e com um verão amputado em termos de acessos a praias, será que ainda vale a pena preocupar-me com um corpo de verão? Ou deixo isso para 2021?
Sou só eu que tenho a sensação de que envelheci 10 anos nos últimos 40 dias? Que fico acordada até horas impróprias ou que o meu couro cabeludo estalou todo devido ao stress?
Não sei como é que vocês têm lidado com estes dias de quarentena – e já lá vão 15 (!) – mas eu alterno entre o stress de gerir o trabalho e duas crianças em casa, cumprindo horários e obrigações, ao mesmo tempo que faço refeições, controlo TPCs e tento não desesperar por morar numa casa que nem uma
Num tempo como este em que vivemos, onde o medo do desconhecido perante um vírus nos retirou a liberdade, e em que todos, sem exceção, procuramos novas formas de nos adaptarmos, faz sentido falar de Beleza? A Beleza tem muitas formas de se expressar – a maior delas é o amor – e esse nunca foi tão es
Recentemente a internet viu o vídeo “Be a Lady They Said” espalhar-se como um rastilho de pólvora e multiplicar as suas partilhas um pouco por todo o mundo.
Sabemos aceitar a diferença? Lidamos bem com quem não se encaixa nos cânones de beleza que consideramos “normais”? Ou estamos de tal forma formatados para corpos magros e de medidas perfeitas que, apesar da maioria da população estar longe disso, somos os primeiros a apontar o dedo a tudo o que saia
Todos os dias, quando troco de linha de metro no Saldanha cruzo-me com ela e fico vidrada. Há uma segurança e uma confiança, próprias da idade, sem necessidade de afirmar nada a ninguém a não ser a si própria, que transparece na sua figura de pouco mais de metro e meio. E mesmo assim ela destaca-se.
Expor uma fragilidade, um defeito físico ou uma imperfeição - com o qual se leva anos a lutar para trabalhar a autoestima, o amor próprio e a aceitação - é um ato de coragem ou um longo processo de catarse que nos impele a dar um murro na mesa e a mostrar ao mundo que as coisas não são perfeitas? A
Como se fala de algo com o qual sempre se viveu e que faz parte de nós? O que para mim é familiar, para os outros é desconhecido, estranho e, em última instância, feio. Chamemos as coisas pelos nomes: uma doença de pele é algo feio. Inestético. Magoa o olhar e dói de verdade para quem a tem. Diariam